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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Hoje




Aqui estamos sós, nossos corações de lágrimas solitárias, em nossas celas cercadas por nossas mentiras. Existe, meu amor? Aqui lugar que sonhamos tanto e matamos em nossos corações? Se eu pudesse voar, estaria distante, além dos mares, escondida na penumbra do nosso desejo, abraçada ao meu corpo, que me resta em meio às mortes do inferno... Estou tão doente, meu amor... Tão assustada com as armas que me arruinaram por dentro... Procurando a minha alma na ponta dos meus dedos, ou num vislumbre do meu olhar... Procurando Deus morto em nossa esperança, procurando a saída desse labirinto de guerras... Como me agarrar ao seu espírito em meio às sombras que nos cegaram? Essa morte que conta os minutos para nos perdermos de nosso amor, essa última oração para a minha poesia iludida, em meio aos ventos que sopram desertos em nosso desespero.