Meu amor,
Hoje eu acordei com medo que talvez não estivesse aqui. Que a madrugada pudesse te levado para um lugar escuro, onde eu não poderia te iluminar. Abracei o travesseiro, procurei o seu sorriso. Esse sorriso que deu sentido à minha ilusão, de que em breve os oceanos serão pequenos diante do desejo de te encontrar. Não que já não esteja aqui, dentro de mim... Mas ainda quero sentir o gosto dos seus lábios antes do anoitecer, e dizer todas as palavras que eu nunca consegui dizer, por medo, ou por fraqueza. Tanto se diz sobre o amor, mas todos se esquecem de realmente acreditar em seus corações. Por isso eu estou aqui, observando o céu cinzento desse domingo, imaginando o que possa estar fazendo agora... Se existem horas em que as lágrimas te invadem, e se procura meu rosto na sombra das paredes... Se procura vestígios do meu amor em alguma poesia esquecida... E se consegue imaginar a minha voz a cantar distraída pelas ruas dessa cidade...
Aqui, nesse tempo que eu esqueci,
Haviam rosas em todos os jardins,
Mas sem querer meus olhos não perceberam a cor,
Que nos seus olhos eram amor.
Perdoe-me tantas vezes que atravessei a rua,
Sem me agarrar às suas mãos...
Sempre sua,
Adhara.
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