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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Saudade

 


Meu amor...
 
Onde estás agora, além de adormecido em meus braços? Pode sentir os batimentos do meu fraco coração a te esperar? Aqui, nas paredes envelhecidas do meu quarto, as horas passam lentamente, em madrugadas insones sob o ruído gélido dos meus devaneios. Observo a prateleira com minhas poucas bonecas... Ainda me fazem companhia as ilusões da infância, quando já tudo parecia se ausentar de mim e seu rosto ainda era estranho. Procuro seu olhar em cada instante distraído, e me atiro de precipícios na esperança que o vento me leve para bem longe, onde a saudade não possa mais devorar os meus sentidos... Queria ouvir a sua voz mais uma vez, e segui-la além da distância dos mares, e não mais me hipnotizar pelo canto das sereias, que tanto querem te roubar de mim, tomando as suas lágrimas que empedraram o meu coração, onde tantas portas fechei... Venha, meu amor... Rasgado está meu ventre, sem os seus beijos para cicatriza-lo....
 
Eternamente sua,
 
Eu...

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