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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Tristeza

 
 
 
A tarde cai agora, vazia... Engolindo os mistérios de cada solidão. Um sonho tão distante, que inventei nos meus braços, com recortes de jornais, no lado de dentro, sufocado e inerte. O tempo que nos separa, que inventa mentiras e deixa pobre o meu amor, secas como as flores que me rodeiam. Existe um ódio com o qual eu não sei lidar, encravado nas misérias dos corações amargurados, que lentamente apagou o brilho dos meus olhos e me roubou a alegria de viver. A simples alegria de observar o sol colorir o céu ao entardecer. Essa ganância de me impedir de amar furou meus olhos com maldade, e me sepultou em minha própria cama. E de que adiantam asas se o céu está sempre nebuloso, e me espreitam os urubus? A última esperança é um sono eterno, onde eu não sinta mais as pedras que me feriram, e nenhuma memória seja dolorida demais para ser lembrada. Sinto saudades de um lugar que eu ainda não conheci, onde os estranhos sejam novamente estranhos, e possam ser amados, sem que esse amor possa nos destruir. 
 

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